sábado, 9 de maio de 2009

CONTO POLICIAL - CAROL BONAFÉ

SEGUE A VERSÃO ORIGINAL ( SEM EDIÇÃO) :

CAPÍTULO I
Conseqüência de um sonho?
Meu sonho era ter uma menina, sofri 3 anos tentando, fiz tratamento. Usei todo meu dinheiro para realizar este sonho. Meu médico disse que seria difícil ter uma filha, mas eu consegui. Meirelly, uma menina sorridente, meiga, alegre, como a maioria das crianças, só que mais especial. Linda minha menina. Aos três anos de vida de Meirelly separei-me de meu marido, por me agredir, tínhamos dias em que ele quebrava pratos sobre mim, horrível, um monstro. Descobri que a policia sempre esteve á sua procura. Diz ele que tinham dias que comprava kilos de drogas, e sempre guardava em casa. Certo dia chegou á jogar uma garrafa sob minha cabeça, consegui desviar. Um pequeno pedaço da garrafa voou em direção de nossa filha, fazendo um corte em sua cabeça.
Talvez por tudo o que fez de errado, Jorge amava a minha menina, isso era o que dizia. 24 de setembro completaram-se 13 anos de casamento, e também o 8° aniversário da minha filha. Sentia-se tão feliz minha menina, crescendo, fazendo amigos na escola, amadurecendo, Pois no começo foi difícil, ia chorando quase todos os dias para a escola. Até que me sentei com ela, e falei que

tudo ia passar, era tudo uma questão de tempo, precisávamos ter forças, apenas um pouco de paciência. Já ela, me abraçou com lágrimas nos olhos. Olhava-me como se quisesse dizer que me entendia, mas o que uma pequena criança iria certamente me entender, entendo-lhe, fazia de tudo para me fazer feliz, agradar-me.

CAPÍTULO II
O que será?
Meirelly sempre dizia que se sentia mal, com dores na cabeça. Levei-a ao posto de saúde, no qual era o mais próximo. Aproveitei e comentei dos roxos em meu corpo, perguntei o que seria melhor para passar, e não sentira tanta dor sobre os roxos. Dr.Oscar comentou de Meirelly primeiro:
- Bom Srta. Melo, sua filha esta com apenas uma leve enxaqueca. – Comentou o Doutor
Certamente fiquei mais tranqüila, simplesmente um remédio as dores de cabeça acabariam.
Passaram-se uma semana, e a situação iria complicando, convulsão atrás de convulsão. Meu marido me prendia dentro de casa, sem deixar eu leva - lá para o médico, pois pensava que iria fazer coisas erradas.

Em uma manhã de domingo, outra convulsão, mas não era uma qualquer, e sim a pior de todas. Babava e jorrava sangue. Gritei desesperadamente:
-JORGE! JORGE! SOCORRO! VENHA ME AJUDAR!
Jorge nem ligava para o que eu dizia, muito menos para o que eu fazia, estava deitado no sofá, bêbado. Fugi ás pressas para o posto de saúde. Lá está o mesmo médico, Dr. Oscar. Tive que me retirar da sala do Doutor, pois disse para aguardar na sala de espera. Fizeram em Meirelly uma série de exames, exames cardiológicos, cerebrais e dentre outros.

CAPÍTULO III
Erro, o grande erro
Esperava Meirelly se recuperar, o médico não me dava notícias, não me informava de nada. Finalmente tinha chego os resultados dos exames. Ai sim poderia ver minha menina. Mas estava tudo muito estranho, ela não estava em seu devido lugar. Deveria estar em outra sala. Perguntei-lhe desesperadamente sobre os exames:


-Doutor, os resultados estão tudo em ordem?! Está tudo bem?
Respondeu:
-Sinto-lhe informá-la, mas... Mas Meirelly teve um derrame cerebral.
-NÃO! NÃOOOO! NÃO É POSSÍVEL UMA COISA DESSAS! – chorava intensamente, aos berros.
Passavam-se os dias e nada da situação melhorar. As seqüelas do derrame são grandes. Decidir reagir. Não agüentava mais aquele bêbado, que só me espancava, me criticava, que me tratava como escrava.
Por ser traficante de drogas, andava sempre preparado para reagir, tínhamos arma em casa, por isso eu não podia recorrer á policia, aos maus tratos. Usei aquela arma, na qual o próprio Jorge usava para fazer ameaças, e matei-o.
Enterrei seu corpo em meu próprio quintal. Vizinhos ouviram os tiros.

CAPÍTULO IV
E agora?!O que fazer?
Ouviram os tiros, ouvia-se o barulho de policia se aproximando. O que fazer com minha filha, o que fazer?! Em meu desespero,

decidi rapidamente fugir, e que Deus ilumine o caminho de minha filha, comecei a ser perseguida, todos realmente não imaginavam o que eu tinha feito. Enfim, foi
isso o que aconteceu juiz. Matei meu marido e hoje completam cinco dias que a minha filha está na UTI, sobrevivendo por aparelhos. Eu suplico, não me deixem longe de Meirelly. Por favor, tudo, menos a distância de minha filha.

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